Tamanho não é documento mesmo, muito menos para Natalia Cruz, de 23 anos. A designer, que nasceu com nanismo, dá de ombros para os padrões da moda que ditam mulheres longilíneas como sinônimo de beleza e faz sucesso expondo looks pra lá de estilosos em seu Instagram.
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“Mini Look do Dia” , perfil criado por Natalia na rede social em julho de 2012, a fashionista compartilha fotos de seu estilo despojado e mostra como é possível se vestir com muito bom gosto mesmo tendo que adaptar as peças que compra. E se qualquer pessoa de estatura convencional frequentemente reclama de não achar roupas no tamanho ideal, a pequena Natalia não só não se importa com o fato de ajustar suas peças, como considera a tarefa algo normal.
“Sempre preciso ajustar calças e blusas de mangas compridas, mas tenho uma costureira há muito tempo e quando ela arruma as peças, ficam ótimas. Eu entendo minhas diferenças e me viro muito bem com elas. Pra mim isso não é uma dificuldade, mas a realidade”, conta.
De bem com a vida e por dentro das tendências, Natalia acompanha algumas blogueiras de moda, as chamadas ‘it girls’, mas diz não se inspirar em ninguém, por não haver identificação. Com um senso fashion aguçado desde adolescente, ela conta que sempre chamou atenção por suas escolhas na moda.
“Desde adolescente eu já tinha um diferencial quando se travava de moda. Sempre com um certo ‘estilinho’ diferente dos outros. Não que eu já me vestisse tão bem naquela época, mas já me diferenciava dos colegas”, conta
Contrariando quem pensa que anões precisam comprar peças no setor infantil das lojas, Natalia conta que com ela isso acontece apenas com os sapatos. Com um pezinho número 32, a designer, que tem preferência por sapatilhas, escolhe seus pares na ala destinada às crianças, porém suas roupas ficam na sessão para adultos. “Eu tenho as proporções de uma pessoa normal, mas de baixa estatura. Por isso as roupas infantis não me servem”, explica.
Apesar de achar que faltam peças específicas para pessoas pequenas nas lojas, Natalia não acredita ser necessário haver um mercado para quem tem nanismo.
“Não acredito que seja necessário realmente. Com pequenos ajustes em roupas podemos nos vestir muito bem. É como perguntar a uma jogadora de basquete se faltam confecções de roupas para mulheres muito altas. Mercado é padronização, não dá para abrir exceções”, diz.
Com quase 2 mil seguidores, Natalia conta que o “Mini Look do Dia” já possibilitou que conhecesse outras mulheres com nanismo que sempre a perguntam onde ela consegue suas roupas. Segundo a designer, o retorno que recebe com as fotos que compartilha vem em forma de comentários muito carinhosos.
Segundo Natália, ao contrário do que muita gente pensa, o “Mini Look do Dia” não tem o objetivo de ser uma referência para as mulheres com nanismo. Compartilhar suas fotos na rede social foi a maneira que ela encontrou para falar sobre moda com todas as mulheres, independentemente de seu biotipo, que se identifiquem e gostem de seus looks.
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