Christa Schroeder foi uma mulher simples. Não muito diferente da fulana, dela, daquela, do Gusttavo Lima e de você. Mas ela tinha uma história incrível para contar. Christa era mais uma desempregada na Alemanha de 1930, que estava recheada de crises e sentia falta de um governo mais, digamos, ‘’acolhedor’’.
A mulher era fera em datilografia e sabia como organizar e administrar papeis importantes, era extremamente perspicaz e isso a colocou em um dos empregos mais desejados (pelas mulheres nazistas, okay?), da Alemanha nazista: Uma das secretárias de Adolf Hitler.
A obra 12 anos com Hitler retrata a visão da Christa durante os 12 anos que serviu ao então Führer. É muito interessante ver que, as pessoas que trabalhavam em volta dele, mesmo não sendo adeptas ao pensamento da superioridade da raça ariana e da supremacia alemã, o admiravam pela educação e pelo jeito refinado. Tanto que, quando ela foi capturada pelos americanos, no final de 2ª Guerra Mundial, a pergunta que ecoava era “Ela é nazista?”.
Todos sabiam das monstruosidades que ele ordenava que fossem praticadas, mas, quem abandonaria um emprego – até então estável, no meio de uma guerra? Maior que a piedade por aqueles que sofriam nas mãos dos nazistas estava a necessidade de sustento de suas famílias.
Há um trecho muito interessante, que me chamou atenção:
Em 1933, o acaso quis que um dia a secretária pessoal de Hitler estivesse ausente e ele tivesse uma carta urgente para ditar. Mandaram que eu me pusesse à sua disposição. Ao entrar no escritório, fiquei impressionada com uns olhos de um azul intenso que me escrutavam profundamente, mas com benevolência. O sotaque austríaco, a simplicidade e a cordialidade encorajadora com que ele me recebeu me surpreenderam agradavelmente. Ele me disse algumas palavras de boas vindas e entrou, sem mais tardar, no assunto em pauta: — Eu tenho o hábito de ditar diretamente para a máquina. Se você pular uma palavra não tem nenhuma importância. Trata-se apenas de um rascunho.
Eu respondi que estava habituada a esse tipo de trabalho, e fui me sentar diante da máquina de escrever. Assim que terminei, ele me agradeceu calorosamente e me entregou uma caixa de bombons. Depois disso, cada vez que eu cruzava com ele, ele me saudava atenciosamente.
Se você, assim como eu, gosta de história (principalmente de guerras) e também de analisar pontos de vista, recomendo esse livro! A Christa não foi secretária pessoal de Hitler, mas estava em seu meio que sabia tudo que se passava nos escritórios dele.
Houve momentos em que parecia que ela contava a história de um gentleman, não do ser que matou milhões de pessoas a custo de nada. Então, por favor, leia. Mas leia com cautela. O cara não era esse doce que a Christa descreveu, a não ser com os seus, claro.
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